domingo, 11 de julho de 2010

Queimando sutiãs...

Em 07 de setembro de 1968, em Atlantic City, EUA, ocorreu um fato que ajudou a mudar o rumo do mundo feminino, o chamado Bra-Burning, conhecido aqui como A Queima dos Sutiãs. A queima mesmo nunca aconteceu, mas o evento concebido por cerca de 400 ativistas do WLM (Women´s Liberation Movement), contra a realização do concurso de beleza Miss América, teve o poder de abalar as estruturas de todo o mundo ocidental.

A mulherada achava que a escolha da americana mais lindinha daquele ano era uma maneira dos homens oprimirem ainda mais as já oprimidas mulheres, explorando comercialmente as virtudes físicas de mulheres fúteis e descerebradas.

Essas feministas distribuíram do lado de fora do local onde acontecia o Miss América, inúmeros "instrumentos de tortura" feminina como sutiãs, sapatos de salto, cílios postiços, laquês, espartilhos, maquiagens, revistas, detergentes, cintas, entre outros utensílios da mesma natureza,  tudo mais ou menos pacificamente, até quando alguém sugeriu que a mulherada tirasse seus próprios sutiãs e colocasse fogo em tudo, o que, infelizmente, não ocorreu (ninguém discorda que seria muito mais emocionante, mas a lenda ficou mesmo assim).

Naquele dia não teve fogueira de São João, pois a Prefeitura não autorizou o incêndio, mas a mídia e a "rádio-peão" se encarregaram de florear o ocorrido, relacionando o movimento com outros da época, como o dos jovens que queimaram seus cartões da seguridade social contra a Guerra do Vietnã e a declaração da jornalista e escritora australiana Germaine Greer de que o sutiã era uma invenção ridícula, repetida posteriormente por centenas de mulheres que achavam que essa peça do vestuário feminino era uma arma anti-sexista da liberação feminina.

Depois disso, em outras partes do mundo, as feministas radicais começaram efetivamente a queimar sutiãs por aí, trazendo mais confusões do que soluções, mas o movimento que originou isso tudo foi muito mais civilizado do que reza a lenda.

Por outro lado, é bom lembrar que quando essa confusão aconteceu, os EUA andava meio conturbado em razão da invasão de suas tropas no Vietnã e o assassinato de Martin Luther King. As expressões da moda eram racismo, sexismo e militarismo. Quase todos os protestos daquela época estavam ligados a um desses temas, tidos como os inimigos da sociedade.

Na verdade, o WLM era uma espécie de sindicato das mulheres que não tinha por objetivo acabar com os homens, mas sim a igualdade de oportunidades para os seres do sexo frágil.

Pois bem, a queima de sutiãs em praça pública não aconteceu, mas a fama de incendiárias perdura até hoje, confirmando a máxima popular: Quem tem fama deita na cama!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Onde há fumaça... há um bigodinho de Hitler...

Onde há fumaça... Pode haver uma enorme fogueira de São João...

Pois bem, hoje resolvi lembrar dos tempos em que morei na terra do croissant... na França.

Acho que todo mundo já ouviu dizer, pelo menos uma vez na vida, que as francesas não são muito adeptas da depilação. Pois é, eu sempre achei que isso era folclore, que não era bem assim, aquelas coisas que nós teimamos em não acreditar.

Mas eis um dia, numa das vezes em que Luiz e eu estávamos andando no metrô super moderno de Toulouse (desses que não tem condutor, pois é todo controlado por computador), Luiz, muito discretamente, como só um homem sabe ser, me dá um cutucão e me mostra uma cena que jamais esquecerei.

Uma francesa, na casa dos 20 e poucos anos, cabelos lisos e sedosos, de blusa regata branca, mostrando orgulhosamente aquele bicho morto grudado no suvaco...

Noooooooooosssssssaaaaa... Desacreditei! Quase não consegui parar de olhar, por mais que eu tentasse desviar, meus olhos teimavam em apontar naquela direção... lá, preto, peludo, descabelado, parecendo um gambá desnutrido apontando aquela cauda peluda descaradamente para a multidão.

Nesse dia meu mundo caiu... era verdade, as francesas não se depilam... e ainda levantam os braços deixando a mostra aquele matagal para quem quiser olhar... Foi o fim dos tempos, o apocalipse, eu não quis acreditar, mas era verdade, estava lá, na minha frente, a alguns poucos passos de distância, a prova incontestável do crime...

Nessa hora entendi que não adianta comprar perfume francês, a amazônia tá lá, escondidinha, esperando uma oportunidade para respirar ao ar livre...

Pois é, depois deste dia tive ainda outras oportunidades de ver uns bigodinhos de Hitler perdidos no meio do povo, mas aquela moça jamais sairá da minha cabeça, sempre lembrarei dela como a pioneira, aquela que quebrou barreiras, aquela que comprovou que onde há fumaça... tem 98% de chance de ter fogo... E que fogo!!!


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