terça-feira, 2 de novembro de 2010

Fausto - Tragédia em duas partes...

Johann Wolfgang von Goethe foi um dos mais brilhantes escritores alemães da história. Sua grande obra foi Fausto, escrita entre 1797 e 1831. Seu poema é baseado na lenda alemã protagonizada pelo médico, mago, astrólogo, alquimista e cientista Dr. Johannes Georg Faust, que, segundo contam, viveu ali pelo final do séc. XV, início do séc. XVI. 

A lendária figura do Dr. Fausto também faz parte de inúmeras obras literárias, entre elas A Vida de Fausto, de Maler Müller (1778), Vida, Feitos e Danação de Fausto, de F.M.Klinger (1791) e a peça Dr. Faust, de Christopher Marlowe (1589), 

A famosa obra de Goethe, por sua vez, retrata um homem desiludido e cansado da mediocridade de seu tempo, numa eterna busca pelo absoluto. Em meio ao seu descontentamento, Fausto resolve fazer um pacto com o demônio Mefistófeles, que antes de tentá-lo, já havia feito, no céu, uma aposta com Deus, que concedeu-lhe carta-branca para corromper o insatisfeito Fausto.

No pacto, feito por um contrato assinado com seu próprio sangue, Fausto negocia viver vinte e quatro anos da sua vida, o que lhe daria a oportunidade de superar os conhecimentos de seu tempo, em troca de, claro, sua alma (clichê, né? O diabo sempre quer a mesma coisa, o que será que ele faz com tanta alma, vende na farmácia?).

Pois bem, milhares de descobertas, aventuras e emoções são brilhantemente descritas nesta obra, que  passando pelo céu, pela terra e pela história européia, termina com o encontro de Fausto com o amor e sua luta para enganar o danado do diabo.

É aqui que a bebedeira teve início
Dentre as envolventes passagens da obra de Goethe, há um trecho em especial que pude vivenciar de forma mais vívida, com texturas, odores, sabores e um pouquinho de álcool, pois ninguém é de ferro e já aproveitei e entrei no clima... foi a passagem da bebedeira na Auerbachs Keller, em Leipzig/Alemanha:
"Taberna do Retiro d’Auerbach, em Leipsick. Porta, ao fundo, para a rua, entre duas janelas de peitos. Ao meio da casa, mesa grande, com pratos, talheres, garrafas e copos de estanho e vidro, tudo em confusão, e sem toalha. À roda da mesa, bancos. À esquerda o balcão, e mais uma armação de taberna. Por trás do balcão, uma cesta de ferramenta. Pendente do tecto, um grande lampião aceso"
Mefisto, Goethe e eu
Reza a lenda que o verdadeiro Dr. Fausto teria, dentro do Auerbachs Keller, rodado um enorme barril de vinho direcionando-o para a rua, feito que somente poderia ter sido realizado com a ajuda do diabo. Por conta desse fato, Goethe teria incluído em seu poema a homérica bebedeira no Auerbachs Keller.

Não sei se ele rodou o barril, mas posso garantir que o barril era grande mesmo e que o vinho de lá é mesmo espetacular, e olha que eu nem sou uma grande degustadora de vinhos...

Mas para aqueles que não gostam tanto de vinho, tem também a autêntica cerveja alemã, que segundo testemunhos legítimos, é uma delícia...

Mas mesmo com essa maravilhosa fama, decidi ficar só no vinho mesmo, pois sabem como é, né??? Misturar só dá ressaca...

Um comentário:

O sonho de uma sombra disse...

Será que não serviam cabernezinho suave, nesse Keller?!?

Gostei muito da postagem, Pati von Goethe!

Luiz von Platiek

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