segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O pequeno boêmio Toulouse-Lautrec...

Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa nasceu na cidade de Albi, no sul da França, em 24 de novembro de 1864. Seu pai era o Conde Alphonse de Toulouse-Lautrec Monfa, Conde Alf para os íntimos, e sua mãe Adéle Tapié de Céleyran. Nascido em berço de ouro, seus pais esperavam que ele desse continuidade à estirpe aristocrata da família.

Tudo poderia ter corrido como o esperado, não fosse uma doença desconhecida que acometeu o pobre Toulousinho, ocasionando o desenvolvimento insuficiente de alguns tecidos ósseos do garoto. Por causa disso, Toulouse-Lautrec sofreu dois acidentes em sua adolescência, com 12 e 14 anos, fraturando os dois lados do fêmur, lesões que fizeram com que suas pernas parassem de crescer e ele não ultrapassasse 1,52m. Durante o período em que ficou acamado, Toulouse fazia desenhos e pintava aquarelas para passar o tempo, atividade que abriu seus olhos para o mundo artístico.

Mas voltando à aristocracia francesa, parece que o problema mesmo não era o tamanho do Toulouse-Lautrec, e sim o formato de seu corpo: um homem adulto com perninhas de criança. Cansado da nobreza e entendendo haver algo errado com seu corpo, ele foi estudar pintura com um professor mal humorado e depois com um professor boêmio das ladeiras parisienses de Montmartre, descobrindo alí o motivo de sua existência.

Toulouse-Lautrec não quis mais saber do título nobre da família e decidiu se mudar definitivamente para Montmartre, bairro de péssima fama, para viver entre trabalhadores, prostitutas, escritores, filósofos e artistas de caráter pra lá de duvidoso, afinal, a noite todos os gatos são pardos...


Foi ali que Toulouse-Lautrec começou a florescer para a arte, pintando a vida boêmia da elegante Paris do final do século XIX. Ele era frequentador assíduo do famoso Moulin Rouge e outros cabarés, arrepiando os cabelos mais escondidos de seus pais, que o acusaram de chafurdar na degradação.

Sua relação com o Moulin Rouge era tão estreita, que ele até tinha um assento cativo no cabaré, podendo até mesmo expor seus quadros pós-impressionistas lá dentro.


Mas parece que Toulousinho além do gosto pela pintura, também era amarradão num goró, sendo-lhe atribuída, inclusive, a invenção de um coquetel chamado Terremoto (Tremblement de Terre), que é uma mistura de 1/2 parte de absinto e 1/2 parte de conhaque, servido em um copo de vinho sobre cubos de gelo ou batido com gelo em uma coqueteleira.

Testemunha da vida noturna de Montmartre, Toulouse-Lautrec além de pintar seus quadros, também dedicou-se à litografia, fazendo cartazes promocionais dos cabarés e teatros da região. Seu estilo era tão inovador para a época, que acabou revolucionando o design gráfico dos cartazes publicitários, ajudando a definir o estilo que posteriormente seria chamado de Art Nouveau.

Porém, de tanto se esbaldar na vida boêmia da cidade luz, Toulouse-Lautrec virou um alcóolatra descontrolado, fato que lhe rendeu uma internação numa clínica psiquiátrica em 1899. Mas como bom boêmio que era, Toulousinho, ao sair da clínica, dá um jeito de voltar às ladeiras de Montmartre para beber e se acabar em bordéis parisienses.


Seu descontrole é tanto que sua saúde não aguenta e, em 1901, Toulouse-Lautrec não consegue mais viver sozinho, momento em que triste, se despede de Paris e sofre ataques de paralisia que quase o impedem de pintar.

Depois de dar tanto trabalho aos seus pais aristocratas, Toulouse-Lautrec morre de sífilis e alcoolismo nos braços da mãe, no castelo de Malromé, perto de Bordeaux, na madrugada de 9 de setembro de 1901.

A figura envolvente de Toulouse-Lautrec não se perdeu no tempo, e foi isso que nós, Luiz e eu, descobrimos na nossa visita à cidade natal do Toulousinho, a esplêndida Albi, uma das cidades mais lindas que tive o prazer de conhecer.



Albi é uma cidadela medieval incrustada no sul da França, agraciada por uma natureza exuberante e por uma catedral gigantesca, que impressiona tanto por fora quanto por dentro. 



Taí um lugar que eu gostaria de voltar... a linda cidade de Albi é um tesouro escondido dentro da Europa, que vale a pena ser vista e revista...




Olha só o tamaninho do Luiz comparado ao tamanhão de uma das pilastras externas da gigantesca catedral de Albi... reparando bem na foto aí de cima, a pilastra onde o Luiz está é a segunda da foto, aquela que está meio escondida pela sombra de uma frondosa árvore...





O museu Toulouse-Lautrec fica logo atrás da catedral, contando com um acervo maravilhoso das obras desse talentoso boêmio. Eu sou aquela que está tirando a foto... e o Luiz, meu muso inspirador.. hahahahaha...





PS. A primeira figura é a reprodução da assinatura de Toulouse-Lautrec, sua marca registrada.


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3 comentários:

O sonho de uma sombra disse...

Ficou muito bom!!!

Deu saudades dos nossos tempos de François Verdier...

Olha lá no meu blog, tem uma surpresa!

beijos,
lenheman

Daniel Barbosa disse...

Oi, Patrícia!

Agradeço por linkar meu blog (Opiofagia)! Valeu por me eleger "caneteador"! Rs!

Abraço!

P.S: Vou retribuir!

Daniel

Pedro Silva disse...

tenho que conhecer essa catedral de qq jeito. e aproveitar pra ver o lautrec.

bjos do picarcur, sua doida!

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