quarta-feira, 18 de novembro de 2009

55ª Feira do Livro de Porto Alegre...

Nos últimos dois finais de semana, a parada obrigatória dos humoristas foi a útima edição da feira do livro gauchesca. São dezenas de barracas vendendo livros de todos os tipos, tamanhos e cores. E preços...

Claro que, como bons humoristas que somos, nossas paradas preferidas foram os saldos... livros baratos, baratiiiiinhos, que estão alí esperando como um cão vira-lata por um dono.

A única coisa que sei dizer é que nos últimos 14 dias a nossa biblioteca engordou substancialmente: foram, exatamente, 42 livros a mais para nossa humilde coleção. Encontramos até livros de R$ 1,60. Isso, claro, sem contar o número absurdo de marcadores de livros. São, com certeza, mais de 200, cada um mais legal que o outro. O meu preferido é um periscópio que sai de dentro das páginas do livro para bisbilhotar os arredores, também tem a mão do monstro, que parece querer te pegar, o rabo do dragão, as pernas de um mergulhador com seus pés-de-pato roxo, a mão segurando uma varinha de condão de strass e as pernas de uma mulher, acho que gostosona, com cinta-liga e salto alto. Enfim, muito bacana e original.

Mas agora, voltando ao assunto principal, o que podemos falar da Feira Anual do Livro de Porto Alegre?

Bem, para o pessoal da cidade grande, a feira, apesar de agradável, tem um quê de provinciana, tipo feirinha do interior. Por ser o maior evento do ramo no Estado, nós, os humoristas de plantão, esperávamos mais, mais barracas, mais livros, mais variedades, mais infra-estrutura e melhores preços.

Imagine que ontem, na nossa segunda visita oficial, chovia torrencialmente, de modo que até Noé diria: "Rapaz!!! Vou correr pra Arca!"... Parecia a Feira do Livro de Veneza, as banquinhas isoladas por piscinas naturais enlameadas, goteiras que pingavam, invariavelmente, bem no cucuruto ou bem no meio do olho da galera...

Chovia, chovia, chovia... e nós quase nadando em literatura... literalmente...

Veja outra situação... Encontramos um livro chamado "A escolha de Sofia", livro velho, que já tinha passado do amarelado para o amarronzado, embolorado, empoeirado... até aí tudo bem, então percebemos que ele estava furado, varado, atravessado... Uma traça letrada devorou todas as páginas do livro, deixando um túnel perfeito... dava pra brincar de "espiar pela fechadura" com o livro... coisa de doido...

Aí, nós, inocentes que somos, perguntamos o preço de tão valiosa relíquia, ao qual recebemos como resposta: 15 "pilas"... 15 reais???? Tudo bem que as palavras continuavam ali, claro que nem todas, pois umas estavam na barriga da traça, mas mesmo assim... nós já havíamos comprado livros novíssimos por 5 reais e pagar 15 por um resto de almoço de traça é o "ó do borogodó"...

Claro que esse evento isolado não reflete o proceder de todo pessoal da feira, e sim a visão medíocre de um livreiro limitado que não sabe negociar.

Mas no final, podemos dizer que nos divertimos "pra burro". Ganhamos 4 livros "kostenlos", dos quais só um valia a pena (um livro de arte com as obras da Exposição "Arte na França: O realismo", do MARGS), mas afinal, grátis até ônibus errado... Luiz ganhou 2 autógrafos da Yeda Crusius (governadora do RS). P.S. pro Pedrin: Não é o Lula, mas cada um se contenta com o que pode... hehehe...

Comemos até poesias, a mais gostosa foi a poesia da Pitanga... Enfim, foram dois sábados repletos de cultura, bom humor e marcadores de livros que nos acompanharão por longos anos...


E olha que esses são só os do primeiro sábado de feira... Tem muito mais...

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