quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cabeça cheia...

Existem coisas que jamais esquecemos...

Quando eu estava na escola, acho que na quarta série, aprendi um versinho sobre a vida e nunca mais o esqueci. Não que ele seja a beleza encarnada, mas ele ficou lá guardado em algum lugar do meu cérebro destrambelhado. Volta e meia ele ressurge e eu o recito feliz da vida.

O verso é assim:

"A vida para ser vivida precisa ter a vida envolvida na vida de outra vida. Mas do que me vale a vida, se a vida para ser vivida precisa ter a vida envolvida na vida de outra vida?"

Nós repetíamos esse verso umas quinze vezes por dia. Se eu tivesse lembrado das aulas de geografia como lembro desse verso, não precisaria ter comido a cola na cara do professor na sexta série (travessuras de uma criança/adolescente não muito normal).

Ficávamos também brincanco de trava-língua com papibaquígrafo... tinha que falar rápido e não errar... ai como era divertido.

Tinha também um verso triste que era o meu predileto, Folhas Secas. Eu não lembro dele inteiro, mas era mais ou menos assim:

Folhas secas amareladas
Páginas amassadas
Confusa solidão
Versos tristes
Saudade!
Olhar distante
Coração errante
É só tristeza
Folhas caídas
Vento soprando
E eu em você pensando!
Folhas amarelas e secas
Página rasgada sobre a mesa
Me sinto cansada
Triste madrugada
Rua deserta e fria
Luz apagada
Fronha molhada
Página vazia...

Era mais ou menos isso, tinha mais algumas estrofes, não consigo lembrar com exatidão, mas sempre foi o meu poema predileto. Meio deprimente, admito, mas eu gostava. Teve uma época em que eu produzia poemas quase que diariamente, a maioria triste, mas uns muito bonitos (modéstia à parte). Esse aí de cima eu li numa revista da época, capricho, carícia ou outra do gênero. Essas revistinhas eram pequenas como um gibi e as páginas eram de papel jornal. Como o tempo passa...

Já os meus poemas foram se perdendo com o tempo, era na época dos disquetes 5`1/4, aqueles grandes e pretos com um furo no meio. Os poemas impressos naquelas impressoras matriciais em formulário contínuo. Nossa, demorava horas até imprimir tudo e o barulho era ensurdecedor.

O computador que tinha em casa era um Apple gigante de tela verde, tudo era feito no MS-DOS... Nossa, como o tempo passa. Meu pai ficava doido da vida, não gostava que nós (meu irmão e eu), futricássemos no computador de última geração dele...

Hoje aquela super-máquina é peça de museu...

Pois é, hoje é um domingo cheio de lembranças... cabeça cheia de coisas boas e outras nem tanto. Domingo de preguiça e de internet "emprestada" do vizinho... hehehe... Quem mandou ele não colocar senha?!?

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